Festival das Tulhas - Sobre sabores e encontros
O que faz com que duas cozinheiras altamente qualificadas estejam às cinco da manhã no local onde será preparado um cordeiro, cozido por cerca de 6 horas enterrado no chão, sem que recebam nenhum tostão por isso?

No segundo dia do Festival Mercado das Tulhas, a portuguesa Dolores Manzarra (Cozinha Portuguesa) e a argentina Alejandra Maidana (Restaurante Quitéria/RJ) estavam de manhã bem cedinho nos jardins do Grand São Luís Hotel preparando a iguaria que mais tarde faria a alegria dos comensais participantes do evento.
Este e outros encontros foram possíveis durante o Festival que trouxe a São Luís mais de quarenta Chefs de todo o país, entre eles, Cumpade João (Casa de Cumpade) que contou histórias do sertão e cantou uma toada do Boi Barrica, enquanto preparava bode cevado na torta de babaçu, flambado com tiquira e finalizado com queijo de São Bento , animando a platéia que teve o privilégio de estar presente, como as quebradeiras de coco, por ele homenageadas.

Teve o encontro da nossa gastronomia lindamente representada, entre outros, pelos Chefs Fábia e Eduardo Massari, e sua moqueca, seu arroz de toucinho, com o premiado Chef pantaneiro Paulo Machado e sua culinária de raiz, ou com o Chef Rivandro França do Cozinhando Escondidinho, de Recife, que disse que se não tivesse sido convidado viria por conta própria.

Foram três dias intensos, pena que não dá pra ver tudo, mas teve também o espaço da confeitaria, sempre lotado, o bar com seus drinques festivos e coloridos, as palestras do Banquete de Palavras, mostrando a balbúrdia do conhecimento. Os encontros na feira da Praia Grande, o Mercado das Tulhas que dá nome ao festival. Enfim, foi a festa da diversidade, da pluralidade de sabores, de personalidades, de culturas. Uma festa para todos os sentidos.
Parabéns à AMAC, idealizadora do festival, ao incansável Júnior Ayoub, aos chefs, cozinheiros, auxiliares, voluntários.
Ano que vem tem mais.